Uma nova era na atração e descoberta de novos talentos: o recrutamento através das redes sociais
Se a pandemia veio modificar de forma inequívoca, o que há muito eram as metodologias de trabalho, e a própria visão que temos sobre o mesmo – enquanto empregados e também enquanto empregadores – uma grande mudança chegou ainda antes, e atingiu os processos de recrutamento. O crescimento exponencial e imparável dos utilizadores das redes sociais e das suas próprias funcionalidades, alteraram o que há muito eram os modelos de captura e descoberta de talento. Dentro desse universo, destaca-se claramente a plataforma Linkedin, e hoje, essa é provavelmente a maior montra para qualquer um que procure trabalho, tal como para os que procuram trabalhadores.
Os recrutadores atualmente procuram muito mais do que uma listagem de experiências profissionais e percursos académicos, e neste sentido, este tipo de plataformas permite que outras valências e características, tão ou mais importantes, possam ser vistas. A presença de cada um e a forma de apresentação da sua página profissional, é hoje um dos seus mais importantes cartões de visita. Contudo, esta medida serve da mesma forma os dois lados, ou seja, também para as próprias empresas que procuram captar novos talentos, é essencial que a sua comunicação seja não só assertiva como apelativa. A relevância dessa mensagem é a chave para que empresas encontrem candidatos que façam o fit perfeito com o que procuram, e para isso é crucial que consigam passar de forma muito clara, quais os seus valores e a sua cultura. Num estudo recente, realizado pela Net Impact, a população estudantil afirmou que aceitaria um corte de 15% sob a possibilidade de trabalhar numa empresa cujos valores correspondam aos seus.
Se num passado bastante recente, uma das principais preocupações dos jovens em busca do primeiro emprego, era evitar publicações algo questionáveis em plataformas como o Facebook, hoje a tendência é claramente a de se tornarem relevantes e originais na forma como se apresentam nas suas páginas profissionais. Se isto é evidente no que concerne aos candidatos a um emprego, também começa a ser da parte de quem os procura. As empresas têm hoje a missão de definir abordagens que possam ir muito além de uma job description e conseguir mostrar de que matéria são de facto feitas. Uma conclusão que se vai tornando bastante palpável é que estas mudanças tornam estes processos claramente mais competitivos, mas ao mesmo tempo também permitem que as chamadas soft skills comecem finalmente a ser tão ou mais importantes que as competências académicas e profissionais.
Se os processos de recrutamento são hoje tendencialmente mais longos, e com uma competência hands-on cada vez mais forte, também o são cada vez mais simples, já que o uso destas plataformas permite condesá-los a todos num só lugar. Contudo, também é necessário prever algumas fragilidades das mesmas, tais como a verificação das competências apresentadas, descrições de vagas sem requisitos mínimos, potenciais esquemas de burla ou bastante vagas ou a sobrevalorização de cargos por parte dos usuários. Não obstante, hoje não estar presente nestas novas redes profissionais é uma forma de invisibilidade, pelo que todo o esforço e tempo que a elas se possa dedicar, será sempre um investimento ganho.